LA Lakers: showtime ou mais uma época de sofrimento?

por out 16, 2017

Voltará o Staples Center a brilhar como em tempos idos? A época 2017/2018 está prestes a começar e a expectativa cresce. Conseguirá Luke Walton conduzir os Los Angeles Lakers até aos playoffs da Conferência Oeste?

São muitas as questões numa temporada que poderá ser decisiva para o futuro imediato da franquia. O pós-Kobe Bryant foi traumático, como não poderia deixar de ser. Sem o ídolo em quadra, uma espécie de rei Midas que colecionou cinco anéis de campeão, a equipa andou a deambular com um registo de 26 vitórias e 56 derrotas. Sim, 56 desaires, e o 14.º posto na Conferência.

Por isso, assim que afastou o irmão Jim (ex-vice-presidente) do poder, Jeanie Buss não perdeu tempo e tomou algumas decisões importantes: deu guia de marcha a Mitch Kupchak, antigo diretor-geral e homem de confiança do falecido pai Jerry, e escolheu “Magic” Johnson, um dos herdeiros do showtime que valeu cinco anéis da NBA aos Lakers, entre 1979 e 1991, e Rob Pelinka, antigo agente do “Black Mamba”, para assumirem as rédeas e começarem a arrumar a casa. A meta está delineada e é simples: desbravar caminho, construir uma equipa competitiva, que lute por títulos a breve trecho, que volte a ser desejada e seja uma espécie de dínamo para melhores jogadores da Liga.

LeBron James e Paul George, estão a ouvir?

A dupla “Magic” e Pelinka ouviu o repto e não perdeu tempo. Lou Williams – agora nos rivais Clippers -, que estava a ser um dos melhores da equipa na época transata com média de 18.6 pontos, foi trocado para os Houston Rockets e Corey Brewer fez o trajeto inverso. No verão, realce para o adeus do base D’Angelo Russell. Acompanhou Mozgov – um dos erros de casting que ditaram o fim da era Kupchak – até Nova Jérsia e, em sentido contrário, Brook Lopez (média de 18.6 pontos) chegou para acrescentar experiência a um plantel que bem precisa. Além de Lopez, destaque, ainda, para o excelente defensor Kentavious Caldwell-Pope (ex-Detroit Pistons) e para o gigante Andrew Bogut, que perdeu grande parte da última temporada após uma estreia amaldiçoada nos Cavs.

Mas todos os holofotes estão apontados à família Ball, em Lonzo e no pai LaVar – muito iremos falar dele. Mas centremo-nos no filho. Lonzo é um talento que teve, desde já, o condão de dar esperanças aos adeptos e fãs dos Lakers, ávidos de glória após deceções sucessivas, numa franquia que não atinge os playoffs desde 2013 e que festejou o último título em 2010! Poderá o irmão mais velho de LaMelo e LiAngelo assumir tamanha responsabilidade? “Com o meu filho, os Lakers vão conseguir mais de 50 vitórias esta época”, atirou LaVar sem pestanejar, em entrevista ao comentador da ESPN, Stephen A. Smith. Os primeiros indícios foram assim-assim, com apenas duas vitórias e quatro derrotas nos encontros da pré-época.

Ainda é cedo para se fazer uma avaliação mais profunda, o plantel está mais equilibrado, a meta (não assumida) de conseguir pelo menos 30 vitórias parece exequível e atingir os playoffs seria épico, dadas as circunstancias e a constelação de estrelas que reina no Oeste. Sem lesões, Lonzo poderá facilmente tornar-se no porta-estandarte dos californianos. É um base num corpo de um extremo – 1,98 metros -, com uma visão de jogo a fazer recordar Steve Nash e Jason Kidd, nasceu com o ADN de líder, maduro, talentoso, altruísta e um óptimo defensor. A forma como conseguiu dar a volta ao texto na Summer League, após uma estreia horrível, e ajudou os Lakers – médias de 16.3 pontos, 9.3 assistências, 7.7 ressaltos, 2.5 roubos e 1 desarme de lançamento – a vencerem o título, não obstante ter falhado a final diante dos Portland Trailblazers devido a lesão, demonstra o caráter do jovem atleta de 19 anos. Mas é um rookie e restará saber como se irá adaptar ao frenético universo da NBA.

De resto, será o tudo ou nada para Julius Randle, enquanto Brandon Ingram terá de dar um passo em frente, deixar para trás a timidez e demonstrar os predicados que levaram os Lakers a apostar no seu enorme talento. O mesmo se aplica a Jordan Clarkson, Larry Nance e Ivica Zubac.

Da pré-época, a consistência do rookie Kyle Kuzma aguçou o apetite. Escolhido apenas na 27.ª posição no draft, o veloz atleta tem calado os mais críticos com uma média de 21 pontos e uma óptima percentagem de lançamento de dois pontos (65,8%) e de três pontos (47%).

As dúvidas são muitas, assim como as expectativas, num emblema que é o segundo com mais títulos na Liga, dezasseis, apenas menos um do que os rivais Boston Celtics. Mas chega de conversas e que comece o melhor espetáculo do Mundo.

por LEONEL LOPES GOMES

Autor

Leonel Lopes Gomes

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