Lucky 13: O pormaior

por fev 4, 2018

Acredito mesmo que as coisas menos boas que nos podem acontecer servem para nos ensinar algo que na vitória dificilmente sobressai.

Quem segue a Liga Feminina já percebeu que isto ainda pode dar uma reviravolta engraçada. Equipas que achamos que vão ganhar com tranquilidade têm tido valentes sustos até ao terceiro período ou mesmo no resultado final. Nós começámos o ano com uma importante vitória em casa, mas na viagem até aos Açores só trouxemos uma vitória em dois jogos.

A nível individual foi um fim-de-semana para esquecer. Tive um treinador que dizia: “Não deixes que uma má série se torne numa série horrível” e foi basicamente o que tentámos fazer. Os jogos não nos correram de feição, mas tudo fizemos para o contrariar e eu só pensava: “OK, a bola não está a entrar, então gasta todas as tuas energias na defesa, Márcia Costa!”

 

Ah, só para perceberem, eu sou como alguns jogadores de futebol. Quando ralho comigo, falo na terceira pessoa.

 

Fomos até Algés na 17.ª jornada, as coisas correram melhor e o mais importante foi feito: trouxemos mais uma vitória e podemos começar a pensar na Taça Federação.

Não acredito que alguma equipa tivesse saído em viagem até Anadia, naquela sexta-feira, a achar que iria voltar para casa no mesmo dia, e nós não eramos exceção. Foi o quinto jogo que fizemos contra o Benfica esta época, estávamos com saldo positivo (4/4), mas tínhamos bem presente todas as dificuldades que tivemos para triunfar.

Estivemos a ganhar o jogo todo, mas nos últimos minutos pagámos o preço das más decisões, da bola não entrar… Faltavam cinco segundos e pouco havia a fazer. Lembro-me de pensar que não podia baixar os braços, porque já vi muita coisa acontecer, mas ao mesmo tempo pensar que ia ouvir o apito, tudo iria cair e lá teria eu que esperar mais um ano para voltar a disputar aquela taça.

 

Não gosto de perder – acho que ninguém gosta -, mas acredito mesmo que as coisas menos boas que nos podem acontecer servem para nos ensinar algo que na vitória dificilmente sobressai. Aliás, a vitória camufla muita coisa!

Nestas alturas, como já disse outras vezes, eu só quero que chegue o próximo treino, o mais rápido possível, para provar a mim mesma que foi só uma fase e trabalhar aquele pormenor que no jogo se tornou um “pormaior”. Porque, como bem ouvia o ano passado, “ganhar não é o mesmo que perder!”

Bem, na próxima crónica espero trazer boas notícias. 😉

Até lá, bons jogos a todos!

 

por MÁRCIA COSTA

Autor

Márcia Costa

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