Nada está conquistado

por out 12, 2022

Ouvir que tinha que ser operado pela segunda vez foi muito difícil. Quando cheguei ao hospital, passadas duas semanas da primeira operação, estava à espera de tirar os pontos e começar a recuperação, mas, depois de fazer outro raio-X, informaram-me que o dedo estava outra vez partido.

Quem me conhece sabe que um dos meus maiores sonhos era jogar na Division 1 da NCAA ou, pelo menos, mostrar a mim próprio que tinha nível para jogar D1. O processo até chegar aqui não foi fácil, mas acho que se não tivesse passado por certas coisas que passei nos últimos anos não estaria aqui.

Acabei o secundário em 2020 e toda a gente sabe o que aconteceu e que me impossibilitou de vir para os Estados Unidos logo nesse ano. Dois anos depois, e após épocas no Belenenses e na universidade de Western Wyoming, finalmente atingi um dos meus grandes objetivos: assinar com uma equipa D1.

Apesar de ter assinado com Incarnate Word, nada está conquistado.

O Europeu de Sub20 (divisão A) que joguei este verão foi uma experiência incrível e é claro me ajudou a chegar a este objetivo. Por isso, tenho que agradecer aos meus treinadores e colegas da seleção nacional, que confiaram em mim em momentos importantes.

Para já, a minha estadia aqui em UIW, não tem sido a mais fácil. Logo num dos primeiros treinos fracturei um dedo da mão direita e fui informado que, caso não fosse operado, corria o risco de nunca o mais poder mexer. Tomei a decisão de fazer a operação, apesar de saber as implicações que tinha.

Ouvir que tinha que ser operado pela segunda vez foi muito difícil. Quando cheguei ao hospital, passadas duas semanas da primeira operação, estava à espera de tirar os pontos e começar a recuperação, mas, depois de fazer outro raio-X, informaram-me que o dedo estava outra vez partido.

Estou agora na terceira semana de recuperação após a segunda cirurgia, mas sinto que estou a ficar melhor todos os dias. No entanto, não tenho parado. O preparador físico da equipa fez um plano de treino específico para mim, adaptado ao que posso e não posso fazer, para tentar manter a forma o melhor possível. Uma vez que grande parte do meu jogo é baseado na transição, tenho feito vários exercícios de bicicleta e outros exercícios como, por exemplo, caminhadas com correntes de 40 quilos às costas.

Nestes dias após a segunda cirurgia, tenho-me focado apenas em descansar, para ter a certeza que o osso não parte pela uma terceira vez. Uma das primeiras coisas que pedi ao treinador foi um quarto individual, porque acho que uma das coisas fundamentais para o meu sucesso é ter um espaço que seja só meu.

Como devem perceber, a parte mais difícil de viver tão longe de casa é mesmo as saudades e ligo muito regularmente por FaceTime à minha família e aos meus amigos em Portugal, mas também a outros amigos meus que estão a jogar aqui nos Estados Unidos.

Depois de duas cirurgias em tão em pouco tempo, e sabendo que muito provavelmente vou falhar o início da época, foi muito difícil lidar com isso, do ponto de vista mental. O apoio da minha família e amigos mais chegados foi incrível.

Estou entusiasmado por relatar a minha experiência aqui nos próximos meses e, desde já, quero deixar um agradecimento especial ao Borracha Laranja.

por ANDRÉ CRUZ [@Ac12Izzo]

Autor

André Cruz

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