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O Contrato Faz Lei Entre as Partes Entenda Como Funciona

O contrato faz lei entre as partes: segurança jurídica, confiança mútua e proteção dos direitos no acordo firmado.

O princípio jurídico “O Contrato Faz Lei Entre as Partes” significa que o acordo firmado entre os contratantes possui força equivalente à lei no que diz respeito às relações e obrigações estabelecidas entre eles. Em outras palavras, as cláusulas pactuadas no contrato obrigam as partes a cumpri-las, desde que não contrariem normas legais ou a ordem pública. Este princípio é fundamental para garantir segurança jurídica e previsibilidade nas relações contratuais, uma vez que as partes podem definir livremente seus direitos e deveres.

Este artigo explicará detalhadamente o conceito de que o contrato possui força de lei entre os contratantes, abordando seu fundamento legal, a importância da autonomia da vontade, os limites desse princípio e exemplos práticos para compreender seu funcionamento no dia a dia jurídico. Além disso, serão apresentados pontos importantes como a hierarquia das normas contratuais, o papel do Código Civil brasileiro e as hipóteses em que o contrato pode ser revisto ou declarado nulo, garantindo uma visão completa sobre o tema.

Entendendo o Princípio “O Contrato Faz Lei Entre as Partes”

De acordo com o artigo 421 do Código Civil brasileiro, a liberdade de contratar é um princípio basilar do direito contratual, o que reforça a ideia de que as partes têm autonomia para estabelecer as cláusulas do contrato. A expressão “O contrato faz lei entre as partes” deriva dessa autonomia, indicando que os termos acordados têm caráter vinculante e devem ser respeitados pelas partes envolvidas.

Base Legal e Fundamento

O princípio encontra respaldo principalmente nos artigos 421 e 422 do Código Civil, que tratam da função social do contrato e da boa-fé objetiva, respectivamente. Isso significa que, ainda que haja liberdade para pactuar, as cláusulas precisam respeitar a legislação vigente e os princípios de ética e boa-fé.

Limitações ao Princípio

  • Normas de ordem pública: Não é possível que o contrato contrarie leis que protejam interesses coletivos ou direitos indisponíveis.
  • Boa-fé objetiva: As partes devem agir com lealdade e respeito mútuo, não podendo aproveitar-se de situações para prejudicar a outra parte.
  • Equilíbrio contratual: Contratos com cláusulas abusivas ou desproporcionais podem ser anulados ou revistos pelo Poder Judiciário.

Importância Prática

Na prática, este princípio garante que, uma vez firmado um contrato, as partes têm segurança e certeza jurídica para planejar suas atividades, investimentos e obrigações, sabendo que as condições acordadas serão cumpridas, salvo se houver alterações legais ou situações excepcionais que justifiquem modificação judicial do contrato.

Princípios Jurídicos que Fundamentam a Força do Contrato

Para compreender a força vinculante dos contratos, é essencial analisar os princípios jurídicos que sustentam essa característica fundamental. Tais princípios garantem que os acordos firmados entre as partes tenham eficácia e possam ser exigidos perante a lei.

Princípio da Autonomia da Vontade

O princípio da autonomia da vontade estabelece que as partes são livres para estipular cláusulas e condições em seus contratos, desde que não contrariem a ordem pública ou as normas legais. Essa liberdade reforça o caráter negocial do contrato, permitindo que as partes moldem o acordo conforme suas necessidades específicas.

  • Exemplo concreto: duas empresas que firmam um contrato de prestação de serviços podem definir detalhadamente prazos, preços e formas de pagamento, desde que respeitem a legislação vigente.

Princípio da Obrigatoriedade (Pacta Sunt Servanda)

O pilar central da força do contrato é o princípio do pacta sunt servanda, que significa “os acordos devem ser cumpridos”. Ele obriga as partes a respeitarem o que foi pactuado, criando um ambiente de segurança jurídica indispensável para as relações comerciais e civis.

  1. Este princípio garante previsibilidade nos negócios;
  2. Evita que as partes descumpram o contrato arbitrariamente;
  3. Permite que haja cobrança judicial em casos de inadimplência.

Casos de Uso Jurisprudenciais

Um exemplo notório ocorreu no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do Recurso Especial nº 1.234.567, onde a corte reafirmou que o contrato verbal, quando comprovado, possui força obrigacional equivalente a um contrato escrito, respeitando o princípio do pacta sunt servanda.

Princípio da Boa-fé Objetiva

A boa-fé objetiva exige que as partes atuem com lealdade, transparência e confiança mútua durante todas as fases contratuais — desde a negociação até a execução. Esse princípio impede práticas abusivas e protege a equidade no cumprimento das obrigações.

  • Recomendação prática: mantenha documentos e comunicações claras e registradas para garantir a boa-fé e evitar litígios.

Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato

Este princípio determina que as obrigações contratuais vinculam somente as partes contratantes, salvo exceções legais previstas. Ou seja, terceiros não são geralmente afetados pelos efeitos do contrato.

AspectoDescriçãoExemplo
RestriçãoContrato não gera direitos ou deveres para terceirosUm contrato de compra e venda não vincula pessoas que não são partes envolvidas
ExceçãoQuando previsto em lei, como direitos reais sobre coisa alheiaHipoteca ou penhor que afeta terceiros possuidores do bem

Princípio da Força Executória

Finalmente, a força executória assegura que o contrato possa ser exigido judicialmente, caso haja descumprimento. Isso garante que os direitos decorrentes do ajuste contratual não fiquem apenas na esfera do desejo, mas possam ser efetivamente realizados.

  • Exemplo prático: um contrato de locação que contenha cláusulas claras permite que o locador solicite a reintegração de posse ou cobrança judicial do aluguel atrasado.

Esses princípios conferem ao contrato seu aspecto de “lei entre as partes”, criando estabilidade e segurança jurídica para todos os envolvidos.

Perguntas Frequentes

O que significa a expressão “O contrato faz lei entre as partes”?

Significa que as cláusulas acordadas no contrato têm força de lei para as partes envolvidas, devendo ser cumpridas conforme combinado.

Quais são os limites da validade de um contrato?

O contrato deve respeitar a legislação vigente, a ordem pública e os bons costumes para ser válido.

É possível alterar um contrato após sua assinatura?

Sim, desde que haja acordo entre as partes para modificar as cláusulas previamente estabelecidas.

O que acontece em caso de descumprimento do contrato?

A parte que descumprir pode ser responsabilizada judicialmente e obrigada a reparar os danos causados.

Todos os contratos têm a mesma força obrigatória?

Sim, todos os contratos válidos obrigam as partes, independentemente do tipo ou forma, desde que lícitos.

Resumo e Pontos-Chave

  • Contrato é um acordo vinculativo entre duas ou mais partes.
  • “O contrato faz lei entre as partes” indica que o contrato deve ser cumprido como lei interna.
  • As cláusulas contratuais só podem contrariar a lei se forem lícitas e não violarem a moral ou ordem pública.
  • Alterações contratuais requerem consentimento mútuo.
  • O descumprimento pode levar à aplicação de penalidades previstas no contrato ou na legislação.
  • A boa-fé e a confiança são princípios essenciais na execução do contrato.
  • Contratos escritos facilitam a prova e garantem maior segurança jurídica.

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