O espectáculo da NBA há muito que não se faz só dentro dos pavilhões. O jogo, que nos EUA ainda vai tendo uma ligação umbilical com a rua, alcançou uma dimensão social e cultural que talvez não tenha par com outra modalidade. Com o gigante crescimento da liga, especialmente a partir da década de 80, foram muitos os que viram nos dribles e nos afundanços inspiração para criar coisas. Filmes. Documentários. Literatura. Música. Etc.
Encarem o resto do texto como um conjunto de simples recomendações. Não vimos, lemos ou escutámos tudo o que faz referência à NBA ou aos seus artistas. Depois, há algum material que não se encontra disponível em formato digital/stream. E outro que possivelmente nem estará acessível nas plataformas em Portugal (VP… cof, cof, cof… N). E não se esqueçam que YouTube e Vimeo também costumam alojar algum material.
Consta, já que tudo o que está na internet é verdade, que Kobe Bryant será o atleta mais referenciado no universo musical, no hip-hop em particular. Há faixas para todos os gostos, elogios, criticas, homenagens e até referência à escaramuça com o Chris Childs. Se gostam do género, vale a pena perder algum tempo a procurar e a decifrar referências. Para ajudar, preparamos uma playlist com alguns exemplos.
Drake, Thank me Now
Um dos momentos mais míticos de um dos maiores monstros culturais da NBA: o crossover do Iverson ao MJ
Jay-Z, Encore
A camisola número 45 que MJ vestiu após a primeira pausa na carreira
Wale, Ambition
LeBron James e os números 23 (Cavs) e 6 (Heat)
Lil Wayne, Kobe Bryant
Exacto
B.I.G., Diddy, Busta Rhymes, Victory
MJ
Cam’ron, Cookin Up
Kyrie e Andre Miller. Parece-me que o Miller aparece só para rimar
Ice Cube, It Was a Good Day
MJ
Kendrick Lamar, The Heart Part 4
Westbrook, mas é mais sobre a ida de KD para os Warriors
Sugarhilll Gang, Rapper’s Delight
Se Kobe será o atleta com mais referências, os Knicks devem ser o franchise favorito de muita gente
Kurtis Blow, Basketball
Um outro basquetebol, dos tempos de Dr. J e Moses Malone
Jadakiss, Put your hands up
Esta atira o nome dos Bucks ao ar
Big L, Deadly Combination
O Ron Harper não era nada mau
A Tribe Called Quest, Steve Biko
E o Muggsy Bogues, hein?
Fabolous, I’m the Man
Kobe Bryant e Ginobili
50 Cent, Follow me Gangsta
E aqui uma referência à equipa do Neemias Queta. Quando era mesmo boa.
Beastie Boys, Unite
Em 1998, quando o Hello Nasty foi lançado, havia poucos mais fixes do que o Latrell Sprewell
Ghostface Killah, Barbershops
E outra vez os Knicks
Public Enemy, Rebel Without a Pause
Uma das melhores faixas de um disco brilhante e com referência ao famoso comentador desportivo Charles Barkley
Earl Sweatshirt, Chum
Espanta-me não haver mais faixas para o Vince Carter, um dos mais espectaculares de sempre
E há muitas mais. B.I.G., Drake, Kanye (que me recusei a colocar na lista), J. Cole, Lil Wayne, Cam’ron, Wale, Ice Cube, etc, têm várias. Depois também temos vários jogadores que deram uma perninha nos estúdios de gravação: Kobe e Shaq, por exemplo. Embora mais recomendáveis sejam os esforços de Lillard ou Shumpert.
Na maioria das faixas da playlist as referências são relativamente estéreis. Não encontramos nelas metáforas para grandes eventos do dia-a-dia. Mas elas existem. Por sua vez, no mundo da criação audiovisual, os trabalhos em torno da NBA procuram/procuraram quase sempre abordar questões mais complexas do que o triângulo de Tex Winter. A lista que se segue é, relembramos, um conjunto de sugestões. Há muito mais coisas que ou não conhecemos, ou não vimos, ou esquecemos… E não conseguimos garantir que tudo se encontre nas plataformas indicadas.
Amazon Prime
On the Shoulders of Giants: The Story of the Greatest Team You Have Never Heard Of – Este documentário é co-escrito por Kareem Abdul-Jabbar, apresenta a equipa dos Harlem Rens (1939) e a sua importância para a América negra.
Iverson – Um icone.
The Other Dream Team – Lituânia. Jogos Olímpicos. 1996. Grateful Dead. Mitologia.
More Than a Game – LeBron James, o início.
The Hoop Dreams – Obrigatório. Filmado durante um período de 5 anos, apresenta duas famílias de Chicago e, em particular, dois miúdos Arthur Gee e William Gates, os seus sonhos e frustrações em torno do basquetebol.
Apple TV
They Call Me Magic – Um documentário que incompreensivelmente não tem a participação de Luís de Matos.
Hulu, Disney, ESPN, YouTube, Showtime, etc
White Man Can’t Jump – Um clássico.
He Got Game – O Spike Lee deve ter referências ao basquetebol em quase todos os filmes. Neste tem Ray Allen a fazer de Jesus. Consta que o papel era para Kobe. Anos mais tarde, Spike Lee lá conseguiu fazer um filme com o 24 – Kobe doin’ work.
The Fab Five – Talvez uma das melhores equipas de sempre.
Basketball: A Love Story – Acho que são umas 20 horas de entrevistas.
Thunderstruck – O Space Jam do Kevin Durant. Terrível.
Shut up and Dribble – Assustador. É de 2020 mas podia ser de 1950.
Magic & Bird: A Courtship of Rivals – É o que diz o título. Também estará na HBO.
Rebound: The Legend of Earl The GOAT – O primeiro GOAT.
Cornbread, Earl, and Me – Jamaal Wilkes, que tem a jersey retirada pelos Lakers, é o actor principal.
Through the Fire – O mito Sebastian Telfair.
Doin’ It in the Park – Não creio que esteja em plataformas de stream. Mas dá para comprar aqui: https://buy.doinitinthepark.com/ e é uma maravilha.
Netflix e HBO
Coach Carter – É uma espécie de Dead Poets Society.
Malice at the Palace – Uma zaragata que mudou a NBA.
The Redeem Team – Parece ser uma carta de amor do Wade ao Kobe.
The Last Dance – Talvez a melhor fonte de memes a seguir ao Insónias.
Uncut Gems – O Kevin Garnett não passou ao lado de uma grande carreira de actor.
Hustle – O Juancho Hernangomez passou ao lado de uma carreira de actor.
Kareem: Minoria de UM – A vida do KAJ.
Winning Time: The Rise of the Lakers Dynasty – O circo dos Lakers. Mas também não podemos ignorar o Space Jam – o bom e o mau – o Air Bud, o Teen Wolf, os Kangoo ou Bruce Lee vs Kareem.
Ufa. A literatura acho que fica para outro artigo.
por DIOGO SANTOS [@diofsantos]
