LeBron James, o génio que não se livra das críticas

por nov 26, 2017

Tem sido recorrente desde que se estreou na NBA em 2003. LeBron James é sinónimo de espetáculo e vai, à medida que o tempo passa, amealhando recordes e troféus, mas nem os três anéis de campeão – dois ao serviço dos Miami Heat e um nos Cleveland Cavaliers -, as quatro eleições de MVP da fase regular, as três de jogador mais valioso nas Finais, as duas medalhas de ouro olímpicas com os Estados Unidos, as treze presenças no All-Star Game ou, por exemplo, as seis nomeações para o melhor cinco defensivo da liga parecem saciar os seus detratores, que não perdem uma ocasião para o criticar.

Fomos ouvir o que o jornalista espanhol Manuel de la Torre Sanz tem a dizer sobre o camisola 23 dos Cavs e aproveitámos a oportunidade para ficar a conhecer o que Sanz pensa sobre outros temas da NBA. “Todo o ser humano tem os limites, mas LeBron, com a sua fome, ética de trabalho, esforço e sacrifício, tornou-se num desportista exemplar, capaz de dominar todas as estatísticas e facetas dentro de um campo de basquetebol. Na minha opinião, LeBron continua a ser o melhor jogador da NBA, ainda não teve sinais de que esteja a perder as suas faculdades físicas. Encontra-se na sua maturidade”, realça o jornalista do diário AS.

No recente triunfo dos Cavaliers diante dos Charlotte Hornets (100-99) – que coincidência, Michael Jordan! -, adivinhem quem esteve on fire? O “King”, claro está, que assinou um triplo-duplo, o 57.º na carreira, com 27 pontos, 16 ressaltos e 13 assistências. “É a pergunta de um milhão de euros! É o jogador mais completo nas duas tabelas, um all-around. Mas talvez possa melhorar a percentagem de 76.9% nos lançamentos livres. Nos tiros de três pontos já está a consegui-lo”, acrescenta.

 

 

 

 

Face à lesão de Isaiah Thomas e ao ponto de interrogação em torno de Derrick Rose, LeBron, de 32 anos, tem sido espremido pelo treinador Tyronn Lue. Uma aposta que poderá ter consequências. “Não é uma boa notícia para os Cavs que LeBron tenha uma média de utilização de quase 38 minutos por jogo. O desejável seria que tivesse um plano para gerir o esforço durante a temporada regular, mas o mau início obrigou a que esse plano fosse alterado. Nota-se a melhoria da equipa e, com o regresso de Isaiah Thomas, seguramente não terá tanto desgaste. Mas, com mais ou menos minutos, creio que a questão física só terá consequências caso os Cavs voltem a chegar às finais”.

Na opinião de Manuel de la Torre Sanz, os próximos meses serão decisivos no que diz respeito ao futuro do All-Star nos Cavaliers. “Dependerá, em parte, daquilo que acontecer esta época. Desde logo, existem opções para que LeBron saia. Se tiver de arriscar, e sem nenhuma base que o justifique, diria que sim, que esta é a última época dele em Cleveland”, aponta.

Apesar dos números e de todas as conquistas, e alguns fracassos, porque razão o King não é uma figura unânime como foram, por exemplo, Magic Johnson, Michael Jordan ou Kobe Bryant? “LeBron ainda não deixou de jogar. Já aconteceu muitas vezes com outros grandes jogadores e acontecerá o mesmo com ele. No dia em que não jogar, seremos mais justos. Direi que, para a grande maioria dos adeptos de basquetebol, já é um dos melhores da história. Na minha opinião já é um top player na história da NBA”, finaliza.

 

Para terminar, desafiámos o jornalista do AS a responder a outras questões sobre a época da NBA.

Prognóstico para as finais?
“Ganharão os Warriors depois de derrotar os Cavs, assim diz a minha cabeça, ou os Celtics, assim diz o meu coração. Os Celtics têm tudo o que é necessário para marcar uma época: jovens, estrelas e um grande treinador.”

Quem será o MVP da fase regular?
“James Harden, mais ainda é muito cedo.”

Melhor cinco da temporada?
“Kyrie Irving, James Harden, Kevin Durant, LeBron James e Joel Embiid.”

Rookie of the Year?
“Ben Simmons.”

Destaques da época até ao momento?
“Em relação às equipas, fico com os Celtics e com os Pistons. Relativamente aos jogadores, destacaria Harden, Embiid, Simmons, Dwight Howard, Porzingis e Tatum. E um destaque a Popovich. Os Spurs são terceiros no Oeste sem terem jogado uma partida que fosse com Kawhi Leonard e Tony Parker.”

Outro lado da barricada, as desilusões?
“Coletivamente, os Clippers e os Thunder. No que se refere a jogadores, Paul George. Embora ainda seja cedo para o dizer, mas creio que ele se perdeu em OKC. Fultz teve azar, a lesão de Hayward foi uma desgraça e esperava mais de Towns”.

Armada espanhola?
“O que está a acontecer com Calderón é normal, a surpresa seria se jogasse mais. Pau Gasol sabe cuidar-se e adapta-se muito bem. Terá partidas em que será mais protagonista e noutras terá menos destaque. Este será um ano chave para Marc Gasol, talvez seja o momento para sair de Memphis. Ricky Rubio começou muito bem, mas agora está demasiado apagado e a equipa precisa dele. É surpreendente que Willy Hernangómez quase não esteja a jogar (nos Knicks). O irmão Juancho irá fazer uma grande temporada em Denver.”

Luka Doncic tem tudo para triunfar na NBA? O que se pode esperar dele?
“Tem todas as qualidades, mas ainda é muito cedo para se poder dizer o que se espera dele. Ainda tem de amadurecer e continuar a trabalhar muito. Tem apenas 18 anos. Não é preciso pressioná-lo, apenas desfrutar de um talento como ele.”

por LEONEL LOPES GOMES

Autor

Leonel Lopes Gomes

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