“O meu nome é Carolina Gonçalves e venho de Portugal”. Senti o olhar do desconhecido e reforcei. “A terra do CR7”. Não sabiam quem era.
Ainda hoje sinto as vibrações da Portuguesa no Multiusos de Matosinhos e no Pavilhão Municipal de Guifões, ouço as vozes em coro gritando “Portugal, Portugal, Portugal, Divisão A, A, A, A”! Subitamente, estou a aterrar em Toronto, deixando para trás o meu país, a minha família, os meus amigos e penso como tudo foi tão rápido, tão efémero…
No meu primeiro contato com o Canadá, perco o voo de ligação para Regina e sou forçada a esperar cinco horas por nova ligação aérea. “Que bela maneira de começar esta minha aventura”, pensei. Eis senão quando se aproxima de mim uma família canadiana, que me fez companhia na espera e me apresentou este novo país. Falaram-me do clima frio, da neve que marca o Inverno, da gastronomia, do grande entusiasmo e paixão com que vivem e acompanham o basquetebol, mas, acima de tudo, da generosidade e hospitalidade do povo canadiano. O tempo voou, a conversa foi muito agradável e, no final, fiquei com a certeza de que tinha chegado a um país que também tem gente maravilhosa e adora o meu desporto.
Por fim estou em Regina, cheguei ao meu destino e sou recebida pelo treinador. É tempo de conhecer a Universidade, que será a minha nova “casa”, o staff técnico, as minhas novas colegas de equipa e enfrentar o desafio. Estou pronta a começar esta nova etapa.
Entrei no meu novo pavilhão, equipada de verde. Os treinadores, restante staff e todas as minhas colegas apresentaram-se e, finalmente, chegou a minha vez.
“O meu nome é Carolina Gonçalves e venho de Portugal.”
Senti o olhar do desconhecido e reforcei.
“A terra do CR7”.
Não sabiam quem era.
Aqui não se liga muito a futebol, mas quando falei em Cristiano Ronaldo, vi o sorriso estampado no rosto das minhas colegas: “Ah, sim, Cristiano Ronaldo, Portugal”.
Os treinos começam. Bicicleta, corrida, piscina, ginásio, a bola a saltar e a rede a abanar. Ao cabo de três dias, o primeiro jogo, em Calgary, contra a equipa da casa. Acompanho a equipa, mesmo sem estar em condições de jogar, por ter os exames médicos incompletos. No banco, sinto o jogo aqui pela primeira vez e constato, ao vivo, as principais diferenças para o basquetebol europeu. No Canadá, o jogo é muito mais físico e está alicerçado numa tremenda pressão defensiva.
Mas a aventura no Canadá continua… na próxima crónica.
Bons jogos a todos!
por CAROLINA GONÇALVES