Não quero saber se têm que acordar cedo, mas ficar de pé é obrigatório na madrugada de quarta para quinta-feira. Como existe a possibilidade de chegarem tarde ao trabalho, deixo-vos aqui algumas desculpas que poderão utilizar para justificar o atraso ao chefe:
- três okapis fugiram do Zoo e criaram o pânico na Segunda Circular;
- sou sonâmbulo(a) e acordei numa lavandaria em Freixo de Espada à Cinta;
- o gato desligou o despertador e, com a pressa, deixei cair a chave do carro na torradeira.
Escusam de agradecer.
É que um dos jogos mais aguardados dos últimos anos disputa-se na madrugada de quarta para quinta-feira, a partir da 1h da manhã (hora de Lisboa). Pelo terceiro ano consecutivo, a final da WNBA vai a uma quinta e derradeira partida: a ‘negra’. As Minnesota Lynx estiveram nessas três finais, enquanto a Los Angeles Sparks repetem a presença do ano passado, em que conquistaram o título, fora de casa, com um lançamento de Nneka Ogwumike perto da buzina final.
Equilíbrio é a palavra perfeita para falar dos confrontos entre Lynx e Sparks. Desde o Jogo 1 das Finais de 2016 estas equipas já mediram forças em doze ocasiões, entre fase regular e playoffs. Ao somar os resultados desses doze jogos chegamos a um resultado combinado de… 908-908. Mais equilibrado é impossível!
Apesar deste número curioso, as duas formações são completamente diferentes.
As Lynx são duras e físicas, à semelhança da MVP desta época, a poste Sylvia Fowles. Triunfam quando ganham a luta das tabelas e contam com a melhor Fowles da carreira (médias de 18.9 pontos e 12.1 ressaltos nos playoffs), bem secundada pelas versáteis Maya Moore (18.3pts, 4.6res, 3.4as) e Seimone Augustus (13.9pts, 4.6res, 3.1as). Com três títulos nas últimas seis épocas e um registo de 182 vitórias e 56 derrotas (77% de triunfos) nesse período, as comandadas por Cheryl Reeve querem manter a tradição de vencer a cada dois anos, depois de terem levantado o troféu em 2011, 2013 e 2015.
As Sparks são elegantes e graciosas, à imagem da sua estrela, a ‘all-around’ Candace Parker. Têm mais hipótese de sucesso quanto mais fluido for o seu jogo e, sobretudo, se estiverem inspiradas no lançamento exterior. Parker (16.6pts, 8.3res, 5.1as) é a vedeta, mas precisa do auxílio de Ogwumike (14.4pts, 9.6res) e Chelsea Gray (15.1pts, 6.6as). A favor do conjunto treinado por Brian Agler estará a recordação da última temporada: Numas finais que parecem tiradas a papel químico das de 2016, as Sparks ganharam o Jogo 1 em Minneapolis e o Jogo 3 em Los Angeles, nunca permitindo que as Lynx liderassem a série.
Os motivos são mais do que suficientes para não perder este jogo. E a escolha, agora, está do vosso lado: okapis, Freixo de Espada à Cinta ou torradeira.
por RICARDO BRITO REIS [@rbritoreis]