✅ Após justa causa, o contrato é encerrado imediatamente, sem aviso prévio, e o trabalhador deve sair do trabalho no mesmo dia.
Após uma demissão por justa causa, o empregado não tem, em regra, direito de sair mais cedo do trabalho no dia da comunicação, pois a justa causa implica o término imediato do contrato de trabalho e a perda de alguns direitos trabalhistas, incluindo aviso prévio e saldo de salário proporcional em alguns casos. No entanto, a legislação trabalhista prevê alguns aspectos que devem ser observados quanto ao pagamento das verbas rescisórias e à comunicação formal da demissão.
Este artigo explicará detalhadamente como funciona a demissão por justa causa, os direitos do trabalhador nessa situação, e se existe alguma possibilidade ou previsão legal para o empregado sair mais cedo do trabalho após essa comunicação. Abordaremos também as principais consequências práticas e jurídicas dessa modalidade de demissão, além das recomendações para empregadores e empregados lidarem corretamente com essa situação.
O que é Demissão por Justa Causa?
A demissão por justa causa está prevista no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e ocorre quando o empregado pratica faltas graves que tornam impossível a continuidade do vínculo empregatício, como atos de indisciplina, insubordinação, abandono de emprego, entre outros. Nesse modelo, o contrato é rescindido imediatamente, e o trabalhador perde alguns direitos, como o aviso prévio, o saque do FGTS e a multa de 40% sobre o FGTS.
Direitos do Trabalhador e Rescisão na Justa Causa
Quando a demissão por justa causa é aplicada, o empregado deve ser comunicado imediatamente, podendo ser dispensado de cumprir o aviso prévio e liberado da obrigação de permanecer no local de trabalho, dependendo da situação e acordo entre as partes. Contudo, não há uma regra específica na CLT que garanta a saída antecipada do trabalho após a notificação da justa causa. Em geral, o término do contrato é imediato, e o empregado pode ser dispensado do cumprimento da jornada restante do dia.
- Pagamento das verbas: O empregado só terá direito ao pagamento dos dias trabalhados até a data da demissão e ao saldo de salário correspondente.
- Ausência do aviso prévio: O aviso prévio não é devido na justa causa, por isso o término do contrato é instantâneo.
- Liberação do trabalho: Dependendo da prática da empresa, o trabalhador pode ser dispensado de cumprir o restante da jornada após a notificação, mas isso não é uma obrigação legal explícita.
Possibilidade Legal de Sair Mais Cedo do Trabalho
A legislação trabalhista não estabelece um direito automático para que o empregado saia mais cedo após o comunicado da demissão por justa causa. Entretanto, na prática, muitos empregadores liberam o trabalhador do restante do expediente como forma de facilitar a saída e evitar conflitos. Essa medida, por ser uma liberalidade da empresa, não pode ser exigida pelo empregado, a menos que exista negociação entre as partes que preveja essa possibilidade.
Dicas para o Empregado em Caso de Justa Causa
- Solicite a comunicação formal da demissão por justa causa, preferencialmente por escrito.
- Verifique se as verbas devidas estão sendo corretamente pagas, como saldo de salário.
- Consulte um advogado trabalhista para avaliar a legalidade da justa causa, pois muitas vezes ela pode ser questionada judicialmente.
- Negocie com o empregador a possibilidade de saída antecipada do trabalho, caso deseje encerrar o expediente imediatamente após a notificação.
Procedimentos para Deixar o Trabalho Após Demissão por Justa Causa
Quando um empregado é demitido por justa causa, é fundamental entender os passos formais que devem ser seguidos para garantir uma transição adequada e evitar problemas futuros. Embora a demissão por justa causa geralmente seja prevista para situações graves, como faltas graves ou comportamentos inadequados, o processo correto deve ser respeitado para assegurar o direito de ambas as partes.
Comunicação Formal da Demissão
O primeiro procedimento essencial é a notificação formal da demissão. O empregador deve comunicar ao funcionário, preferencialmente por escrito, os motivos que justificam a demissão por justa causa. Essa comunicação é necessária para evitar dúvidas e assegurar que o empregado esteja ciente da situação.
Exemplo de Notificação
- Descrição clara da falta cometida.
- Data da aplicação da demissão.
- Informações sobre direitos e documentos a serem entregues.
Entrega dos Documentos e Rescisão
Após a notificação, o próximo passo é a entrega dos documentos trabalhistas para que o funcionário possa encerrar formalmente o vínculo. Diferentemente da demissão sem justa causa, na justa causa o empregado perde alguns direitos, como o aviso prévio, fundo de garantia (FGTS) com multa de 40% e seguro-desemprego.
Contudo, é obrigatório entregar:
- Termo de rescisão do contrato de trabalho.
- Carteira de trabalho atualizada com a baixa.
- Comprovantes de pagamento das verbas rescisórias devidas, como saldo de salário e férias vencidas (se houver).
Organização para a Saída Imediata
Na maioria dos casos, a saída do trabalhador é imediata após a comunicação da justa causa, pois não há aviso prévio trabalhado. É importante que o empregado realize a entrega de seus materiais e equipamentos da empresa para evitar retenção de valores.
Recomendações Práticas
- Solicite uma cópia de todos os documentos assinados e da notificação.
- Verifique se a carteira de trabalho foi devidamente atualizada.
- Guarde todos os comprovantes de pagamento para futuras comprovações.
- Evite discussões acaloradas para não complicar a situação, mantenha a postura profissional.
Comparativo dos Direitos na Demissão por Justa Causa x Sem Justa Causa
| Direito | Demissão sem Justa Causa | Demissão por Justa Causa |
|---|---|---|
| Aviso Prévio | Pago ou cumprido | Não há |
| Saldo de Salário | Devido | Devido |
| Férias Vencidas e Proporcionais | Pagas | Pagas (somente vencidas) |
| 13º Salário | Proporcional | Proporcional |
| Multa do FGTS (40%) | Devida | Não devida |
| Liberação do FGTS | Permitida | Não permitida |
| Seguro-Desemprego | Elegível | Não elegível |
Casos Reais e Investigação
Segundo levantamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST), cerca de 30% das demissões por justa causa são contestadas judicialmente pelo empregado devido à falta de provas ou irregularidades no procedimento. Portanto, recomenda-se sempre a formalização cuidadosa e a correta documentação do processo para evitar litígios.
Manter uma rotina clara e registrada das ocorrências pode ser determinante para um desfecho justo e transparente.
Perguntas Frequentes
O que significa justa causa no trabalho?
Justa causa é a demissão motivada por faltas graves do empregado, que justificam a rescisão imediata do contrato.
Posso sair mais cedo do trabalho após ser demitido por justa causa?
Geralmente, a demissão por justa causa é imediata, e o trabalhador deve deixar o local assim que informado.
Tenho direito a aviso prévio após justa causa?
Não, a justa causa elimina o direito ao aviso prévio, que é concedido apenas em demissões sem motivo grave.
Quais são as consequências da justa causa para o trabalhador?
Perda do direito a saldo de salário, aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário proporcional e saque do FGTS.
Posso recorrer se discordar da justa causa?
Sim, é possível contestar a justa causa na Justiça do Trabalho para tentar reverter a decisão.
Como proceder ao receber uma demissão por justa causa?
Solicite a documentação formal, cheque os valores devidos e busque orientação jurídica se necessário.
Pontos-Chave sobre Justa Causa e Saída do Trabalho
- Justa causa: motivo grave que autoriza a empresa a rescindir o contrato sem aviso prévio.
- Saída do trabalho: ocorre imediatamente após a comunicação da demissão.
- Direitos trabalhistas: são reduzidos em casos de justa causa, sem direito a algumas verbas rescisórias.
- Documentação: empresa deve fornecer carta de demissão e comprovantes relacionados.
- Recurso: empregado pode judicialmente contestar a justa causa.
- Impacto no futuro: justa causa pode dificultar futuras contratações e benefícios.
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